Estágio em emergência: o que estudantes de medicina podem aprender no SAMU?
A experiência permite que os futuros médicos acompanhem o trabalho em equipe e os protocolos que estruturam o socorro pré-hospitalar
Sim, estudantes de medicina podem realizar estágios em serviços de emergência, inclusive no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Esta experiência é parte importante da formação médica, sobretudo durante o internato, quando os alunos passam por diferentes áreas clínicas em rodízios práticos.
Durante esse período, os estudantes se dividem entre atendimentos em hospitais, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e o próprio SAMU. No serviço móvel, a atuação ocorre tanto na regulação – que recebe e organiza as demandas – quanto nas ambulâncias, em ocorrências externas.
O SAMU também abre, ocasionalmente, vagas para estágios extracurriculares remunerados. Os programas são voltados a alunos de medicina a partir do 7º semestre.
Como funciona o estágio na regulação do SAMU?
Estudantes que estagiam têm contato direto com a triagem inicial das chamadas de urgência, participando da análise dos relatos recebidos por telefone e da tomada de decisão quanto à gravidade do caso e aos recursos necessários. O processo envolve a aplicação de protocolos como o de Manchester ou o Acolhimento com Classificação de Risco.
Com isso, a equipe define se a situação demanda uma ambulância básica, uma unidade de suporte avançado ou até resgate aéreo. A coordenação do envio de um grupo de atendimento, a orientação remota aos profissionais em campo e o encaminhamento do paciente ao hospital mais adequado também fazem parte desta etapa.
O acompanhamento da regulação permite ao aluno entender a lógica do atendimento pré-hospitalar e perceber o impacto de decisões clínicas tomadas a distância – uma dimensão da medicina que exige raciocínio rápido, clareza na comunicação e domínio técnico.
O que os estudantes vivenciam nos atendimentos com ambulância?
Após o acionamento via regulação, a ambulância se desloca até o local da ocorrência, que pode ser uma casa, uma via pública ou um ambiente de trabalho. A equipe do SAMU, composta por médico, enfermeiro e condutor, realiza a avaliação e estabiliza o paciente durante o trajeto até o hospital.
Os cenários atendidos são diversos: traumas por acidentes, suspeitas de infarto ou AVC, intoxicações, ferimentos por armas de fogo ou brancas e transferências inter-hospitalares de pacientes graves.
O estudante, sempre supervisionado, pode observar e auxiliar em procedimentos como controle de hemorragias, reanimação cardiopulmonar, administração de medicamentos e suporte ventilatório.
Portanto, para quem está cursando medicina e tem interesse em experimentar a rotina dinâmica da urgência, o estágio no SAMU é uma chance de aprofundar-se na realidade do atendimento e compreender melhor os cuidados e a proteção da vida em momentos decisivos.
Créditos: Zinkevych/iStck